Quem sabe há muito a vida tenha fugido
Arrastando-se com seu sonho corrompido
Não vivendo, apenas existindo
Desbravando os limites escuros de seu quarto
Desejando um abraço apertado
Um beijo roubado
Da janela um raio de luz opaco
Encontrando- se em meio vácuo
Refazendo sua estrutura através dos cacos
Pobre anjo renegado
Animal capturado
Homem instituído de fala, permanece calado
A energia do universo é seu sustento
Já que seu corpo definha, lento
Estás tão leve quanto o vento
Paixão! Doce sentimento incolor
Parasita em seu destino
Agora amargo, sem sabor
Oh Deus, eterno protetor
Resgata teu filho sofredor
Já que este ainda vive, mesmo sem amor
Autor(a): Ueina Clara M. Martinez