domingo, 1 de julho de 2012

Diário XIV

Dentro de nós há um monstro, insaciado, as vezes contido, mas que espera para ser libertado. Cuide-se para você não ser devorado!
Ele é você, e não tem como negar, quando a raiva te consome, ele quer se libertar, mostre o quanto você é forte, não se deixe perder.


Música do Dia!

Rammstein - Mein Teil



Meu Pedaço

"Procura-se por alguem com idade entre 18-30 anos em boa forma para chacinar - O Mestre Açougueiro"

Hoje eu encontrarei um homem
Que me devoraria com prazer
há partes duras e também partes macias
que estão no cardápio

Por que você é, o que você come
E você sabe, que é o que ele é
É minha parte (não)
Minha parte (não)
esta é minha parte (não)
Minha parte (não)

O corte parece certo e bom
Eu sangro demais e passo mal
também tenho que lutar contra o desmaio
continuarei comendo mesmo sob espasmos

Está tão bem preparado e bem esquentado
e tao bem servido em porcelana
para acompanhar um bom vinho e uma boa luz de vela
sim, eu tomo meu tempo, devo ser elegante

Por que você é, o que você come
E você sabe, que é o que ele é
É minha parte (não)
Minha parte (não)
esta é minha parte (não)
é Minha parte (não)

Um grito viajára até o céu
e transpassará um rebanho de anjos
do topo das nuvens cairá o corpo de penas
em minha infância agonizante

É minha parte (não)
Minha parte (não)
esta é minha parte (não)
Esta é Minha parte (não)

Monstro


Dei a ela uma única chance
Ela perdeu o último lance
Ela simplesmente me deixou
Dizia que assim seria melhor
Mas meu ódio nunca melhorou

Ela dizia estar me ensinando uma lição
Eu nunca entendi as suas palavras
Entendia que nela não habitava compaixão
Fui tomado por lembranças macabras
Eu errei e me perdi em desolação

Lembro das noites que passávamos acordados
E eu olhava em seus olhos claros
Eram momentos de alegria
Eram momentos que com o tempo se tornaram raros
Eu errei e pago pelos meus pecados

Quando eu a encontrei numa noite
Ela me olhava um pouco receosa
Eu tirei meu revólver e junto com ele uma rosa
Ela chorou e pela vida me implorou
Eu disse: “ Você me abandonou!”

O sangue manchava meu casaco
Os olhos dela me fitavam
Abandonei-a naquele beco
Eu nunca me arrependi
Mas com uma lágrima me surpreendi

Minha consciência não pesava
Aqui nessa sela imunda
Nenhum demônio me atormentava
Ficarei aqui até morrer
Pois nenhum monstro sabe como viver

Autor(a): Ueina Clara Minga Martinez