sábado, 16 de novembro de 2013

A Partida


E quando a saudade falar por nós
Saiba, estarei a milhas de distância
e ao mesmo tempo ao lado do seu coração
Não estaremos a sós

E mesmo que distante eu fique
Ainda saberei distinguir a sua voz
E mesmo que o retorno não seja breve
Meu coração bate veloz

E quantas histórias guardei de lembrança
E quantas mais viverei
Não sou mais criança
Nesse novo mundo sobreviverei

Sou herói de minhas próprias histórias
Combatente do meu fracasso
Exitante à minha cólera
Sedento de seu abraço

E enquanto luto contra o tempo por mais uma hora
Ainda insistindo para não chorar
O ônibus na estação não demora
Preciso deixar o destino me guiar

Mais um pássaro aprendendo a voar
Abandonando seu ninho
Desejando o mundo inteiro conquistar
Ganhando suas conquistas sozinho

Até que faz falta aqueles bons amigos
Da época que eramos só jovens 
Desafiando os perigos
Daquele fim de tarde

Muitos rostos eu vejo na hora do adeus
Tenho a postura firme
Que Deus proteja os meus
Quero que aquele bom presságio se confirme

A incessante espera por mais um feriado
A saudade cada vez mais forte
E aquele churrasco já está combinado
Talvez eu seja um cara de sorte

Então eu cresço com meus erros e acertos
Nem pareço mais aquele garoto
Parece que já sou capaz
De encontrar a minha própria paz.

Autor(a): Ueina Clara M. Martinez





segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Renato II



O escuro que chegou
é da mesma cor que seus olhos castanhos..
E o sol que tinha ido já voltou
Desvendando seus caminhos tão estranhos
Teu legado é o que restou

Você diz que me entende
mas nunca quis saber...
Enquanto eu tento esconder
Esse meu medo
Essa angústia que não é segredo.

E eu sei, quase sem querer
Que os bons, jovens terão de morrer
Mas ainda terei você aqui
Meu coração tem sempre a porta aberta
A sua verdade é o que me liberta.


E na ânsia de agradar o teu ego
Deixo aqui meu amor e meu protesto
Descontente com o resto
Nos versos me apego
A maldade é o que detesto.

Enquanto buscamos a perfeição
O abrigo e a proteção
Parecemos não ter pra onde ir
E nem porque fugir
É tamanha suspeição.

Quem irá saber o que você pensou?
Ou o que você sentiu?
Quantas vezes chorou?
Ou quantas vezes mentiu?
Você nunca mais voltou...

Me diga:
Quem é o inimigo?
Quem é você?
Será que sou seu amigo, 
ou não sei o que ser?

E agora talvez você saiba
O gosto amargo que tem a morte
E agora talvez em ti caiba
Aquilo que lhe faça forte
A bússola aponta para o norte...

Vejo estátuas e paredes pintadas
Sinto os aromas adocicados
Escuto os sons da madrugada
Todos meus sentidos cobiçados
Me sinto enfim despreocupada...

Autor(a): Ueina Clara M. Martinez