domingo, 1 de julho de 2012

Monstro


Dei a ela uma única chance
Ela perdeu o último lance
Ela simplesmente me deixou
Dizia que assim seria melhor
Mas meu ódio nunca melhorou

Ela dizia estar me ensinando uma lição
Eu nunca entendi as suas palavras
Entendia que nela não habitava compaixão
Fui tomado por lembranças macabras
Eu errei e me perdi em desolação

Lembro das noites que passávamos acordados
E eu olhava em seus olhos claros
Eram momentos de alegria
Eram momentos que com o tempo se tornaram raros
Eu errei e pago pelos meus pecados

Quando eu a encontrei numa noite
Ela me olhava um pouco receosa
Eu tirei meu revólver e junto com ele uma rosa
Ela chorou e pela vida me implorou
Eu disse: “ Você me abandonou!”

O sangue manchava meu casaco
Os olhos dela me fitavam
Abandonei-a naquele beco
Eu nunca me arrependi
Mas com uma lágrima me surpreendi

Minha consciência não pesava
Aqui nessa sela imunda
Nenhum demônio me atormentava
Ficarei aqui até morrer
Pois nenhum monstro sabe como viver

Autor(a): Ueina Clara Minga Martinez

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